
Há quem diga que os castelos de antigos sonhos medievais não existem ou ficam em ruína, mas não é assim. Monte-Saint-Michel, situado na Normandia Francesa ao norte do país, é possivelmente um dos lugares mais emblemáticos de todo o mundo, visitado por mais de 3 milhares de milhões de turistas a longo do ano.
A história começa no ano de 708, quando o Bispo de Avranches fez construir no Mont-Tombe um santuário em honra do Arcanjo. Dessa maneira tornou-se num importante lugar de peregrinação. No seculo X, os beneditinos tinham-se instalado na abadia, enquanto que por baixo dela desenvolvía-se uma povoação, chegando essa em extensão até ao pé da rocha no século XIV .
O Monte-Saint-Michel é um exemplo da arquitectura militar, dado que as suas muralhas e fortificações resistiram a todos os ataques das forças inglesas perante a Guerra dos Cem anos; de facto, é um símbolo histórico da unidade nacional francesa.
Uma vez feita a dissolução da Comunidade religiosa e no percurso da Revolução até o ano 1863, a Abadia foi utilizada como prisão. A partir do ano 1874 foi declarada como monumento histórico e objeto de grandes remodelações, e uma delas e talvez mais representativa é a figura do Arcanjo São Miguel no topo do vértice da torre da abadia.
Depois desta breve exposição histórica, a viagem de férias foi inesquecível. Para chegar lá tivemos que estacionar o carro num parking a três kilómetros da rocha e apanhar um comboio de graça que nos leva mesmo até à entrada.
Se tiver a grande sorte de poder ir visitar, recomendo no outono, já que não haverá tantos turistas como no verão. Há de ter em conta as marés, porque Saint-Michel foi durante séculos acesível por via terrestre nos momentos de maré baixa, e por vía marítima quando o mar estava alto.
Na atualidade podem ir à abadía em qualquer altura através da ponte que nos leva até aos pés da rocha, embora nos dias de grandes marés, no inverno, a rocha fique inacessível alguns días.
Ao início da visita, temos de atravessar uma pequena cidade cheia de estabelecimentos comerciais, na qual os visitantes podem almoçar, comprar lembranças e até há três ou quatro pequenos hotéis onde se alojar.
Já no seu interior, podemos visitar diferentes zonas da própria abadia, a igreja abacial situada no alto do rochedo, o claustro em forma de galeria circular que permitia a comunicação com os diferentes edíficios e que, além disso, era zona de meditação e oração.
Também há duas salas, uma chamada dos Hóspedes, onde se faziam recepções de Reis e Nobres da época, e outra sala chamada dos Cavaleiros que era uma sala dedicada ao trabalho e ao estudodos frades.
A sala mais impressionante de todas, é o denominado refeitório, que estava destinada como zona de refeições onde os frades jantavam enquanto um deles fazia a leitura.
Com respeito às construções que há em Espanha, estes interiores é de dizer que são muito frios, sem cenas bíblicas, carentes de móveis e de decoração. São espaços diáfanos onde os ecos das pessoas ricocheteam pelas paredes enquanto passam de um lado para outro.
Da varanda oeste, podem ter uma vista geral da baía em toda a sua amplitude; é uma represantação bíblica que os homens da Idade Media interpretavam como uma imagem do Paraíso, a terra prometida de Jerusalem.
Para finalizar, recomendo visitar esta maravilha da construção, já que tem um encanto idílico, criado da edificação duma abadia sobre uma rocha gigantesca que fica no meio do mar.