Antonio Álamo Salazar (Pozaldez, Valladolid 1921 – Salamanca 1981)
Nasceu em Pozaldez (Valladolid), mas a sua família mudou-se para Alba de Tormes (Salamanca), onde viveu a sua infância e juventude. Sempre sentiu um vínculo emocional a esta vila.
Com o título de Mestre Nacional, desloca-se para Palência em 1941, onde realiza este trabalho durante alguns anos. Mais tarde, é nomeado inspetor de Educação Primária.
Casou, em Palência, e formou uma grande família.
Em 1962, obtém o título de jornalista. Trabalhou como editor no Diario Palentino, jornal que mais tarde dirigiu até à sua morte.
Conciliou o seu trabalho com funções de jornalista, colaborando com a Rádio Palência; além disso, foi correspondente do ABC e das agências Europa Press e RNE. Nomeado Delegado Provincial da Cultura, fez parte do grupo de trabalho para a Educação na UNESCO.
Dotado de um extraordinário dom de gente, todos os profissionais que o conheceram concordam qualificá-lo como um jornalista nato, com uma prosa fresca e brilhante, e um fino senso de humor. Da sua produção lírica, destacam a sua sensibilidade e o domínio para a construção poética.
Escreveu vários livros de temática popular, religiosa e de estampas da vida na província de Palência, além de inúmeros ensaios e artigos na imprensa e na rádio.
Obteve mais de 100 prémios literários, nomeadamente de poesia. As cidades de Alba de Tormes (Salamanca), Palência e Laguna de Duero (Valladolid) deram o seu nome a uma rua.
O poema aqui apresentado, «Astronauta», faz parte de um grupo de 13 poemas de humor lírico com que, no ano 1968, ganhou o Concurso de Epigramas Villergas Martinez, de Zamora.
Animada pela minha professora de Português, Concha, entusiasta da literatura e da poesia portuguesa, a quem eu referi como a prosa poética de José Luís Peixoto me trouxe à memória a pessoa do meu pai, eu escrevo aqui este esboço biográfico, sentindo como Peixoto, esse «Morreste-me«, prematuro e trágico, que nos privou de desfrutar da sua «estela» e daquela luz que projetava sobre todos os que o conhecíamos.
Os inúmeros testemunhos de reconhecimento dos poetas, escritores e amigos deixaram escritos após a sua morte ficam sempre na minha memória, bem como o sentimento unânime de que era um homem simples, afável e bom.
ASTRONAUTA
Grande fama teve Tomás
De ser muito despistado
Mas Tomás, além disso
Devido ao seu despiste conseguiu
Ganhar a apropriada alcunha
De “ astronauta “
E é fortuna
fica-lhe fica tão bem
que se alguém
Lhe dissesse – “ estás na lua “
Tomás não se perturbava nunca