A autoestrada que vai do Porto a Viseu dá acesso a uma estrada que, entre a Serra do Caramulo e a Serra da Estrela, atravessa Carregal do Sal.
Entre o rio Dão e o Mondego, Carregal é um eixo privilegiado. A linha do caminho-de-ferro aproxima-o a Vilar Formoso e daí à Europa é um pulo.
O seu nome, que nada tem a ver com a geografia, fica a dever-se à história. O comércio do sal chegava a Carregal em carros de bois, após ter chegado de barco desde a Figueira da Foz à foz do Dão.
E é em Carregal que se encontram as primeiras indicações para continuar a viagem até Cabanas de Viriato.
Passa-se ao lado de Santa Comba Dão, onde, segundo dizem e sem vontade de verificar, fica o jazigo de Salazar. Continua-se em direção a Cabanas de Viriato. A aldeia situa-se numa encosta rodeada de magníficas paisagens. Há quintas antigas, em pedra, e pintadas de cor-de-rosa.
Os cartazes com informação da casa do Passal guiam, sem dúvida, à casa do Cônsul Aristides. Passal é o nome do terreno anexo à casa do padre.
A casa do Passal com cores bordeaux, ouro e branco sujo oferece uma imagem estranha. Há nela qualquer coisa assustadora. No canto da direita há um crucifixo a cujo Cristo falta uma mão. Nas traseiras do Passal, no final do passeio, fica o cemitério e no corredor da direita o jazigo do Cônsul.
É um jazigo belo. Podem-se ver as urnas. O jazigo de Aristides de Sousa Mendes fica do lado esquerdo estando a sua fotografia do lado direito.
Encontram-se aqui, ao pé do jazigo, pedrinhas e uma ou outra flor que os judeus vieram trazer a um homem justo.